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Lula 3, seu museu de grandes novidades e o enfrentamento ao bolsonarismo: só a luta organizada pode garantir conquistas!

  • Luiz Paulo da Silva
  • Aug 30
  • 5 min read

Lula e Hugo Motta
Lula e Hugo Motta

Desde o final de 2024 à primeira metade de 2025 o governo tem sofrido uma perda de popularidade. Apesar de resultados econômicos positivos e implementação de políticas sociais (Pé-de-Meia, Minha Casa, Minha Vida (financiamento de casas), Mais Médicos, Programa de aquisição de alimentos, cozinhas solidárias, vale-gás, financiamento para compra de motocicletas por entregadores), a imagem do governo continua desgastada para a maior parte da população.


Isso se deve principalmente pela alta nos preços dos alimentos da cesta básica, dos combustíveis e a impressão de que ganha-se mais, mas gasta-se mais para comprar o mínimo dos itens básicos, além de empregos cada vez mais precários, vulneráveis e com jornadas massacrantes. Além do que é notório o aprofundamento do abismo da desigualdade e das relações sociais individualizadas e violentas. Seja por essa impressão anteriormente citada, seja pelo debate aberto a partir da luta contra a escala 6 por 1 pelo movimento VAT - Vida além do Trabalho, que deixou nítida a exploração cotidiana da nossa classe. Junta-se a esse cenário os escândalos de corrupção do INSS e os mega orçamentos das emendas parlamentares.


Mais recentemente, entretanto, a batalha pelo aumento do IOF e as tarifas de Trump mudaram o cenário. A primeira desmascarou para a opinião pública que deputados, principalmente a figura do Hugo Motta, são defensores dos interesses do andar de cima, das grandes empresas e contrários aos interesses do povo, uma vez que o governo justificou esse aumento como parte da sustentação de programas sociais e correção de distorções. No segundo caso, os ataques de Trump acabaram colocando a opinião pública contra a extrema-direita.


Essas disputas abriram a possibilidade para o governo e sua base enxergarem uma saída para reverter o cenário de insatisfação e perda de popularidade. Desse embate o governo conseguiu resgatar uma visão positiva de sua gestão, porém que não parece ser estável e que pode ser revertida. Entretanto, já foi o suficiente para produzir uma mobilização com ato nacional no dia 10/07 e a construção de um plebiscito para dialogar com a população e opinar sobre o fim da escala 6 por 1 e a taxação das grandes fortunas. Essas mobilizações, apesar de estarem sendo construídas por organizações populares, têm o dedo do governo e a direção do PT e outros setores lulistas.


Entretanto, esse choque entre o governo e os deputados da extrema-direita e direita tradicional tem limites. Esse discurso que coloca o Congresso como inimigo do povo, só dura até a próxima pauta em que ambos estão do mesmo lado, principalmente no avanço da agenda neoliberal de ajuste fiscal. A base econômica do governo é o novo arcabouço fiscal, as privatizações como a do metrô de Recife, a limitação do aumento real do salário mínimo, os ataques ao BPC e ao PIS, limitando seu acesso, os juros altos, o compromisso com a remuneração de grandes investidores e banqueiros através da hedionda dívida pública, entre outras políticas de ajuste, tratadas como eventos naturais e irremediáveis.


O discurso de embate com o congresso e os poderosos têm eco na sociedade e tem apelo popular. Tem um potencial de animar a militância e até de mobilizar mais amplamente, unificando trabalhadores/as. Mas também sabemos que há limites em até onde o governo está preparado para deixar as mobilizações crescerem, preferindo manter o controle e utilizando a pauta para aumentar o poder do governo nas mesas de negociações.


Isso demonstra que o governo e os movimentos que são organizados junto ao PT, como a Frente Brasil Popular, não querem construir lutas até as últimas consequências, que coloquem em cheque esses deputados ditos inimigos e a estrutura que os mantêm. Assim deliberadamente trabalham para resfriar ou apagar qualquer chama de luta consequente de trabalhadores/as.


Eleições 2026


Na pesquisa Datafolha divulgada em junho de 2025 com as intenções de voto, Lula ainda aparece como o candidato mais bem votado, seguido de Jair Bolsonaro. Porém, com o decreto de prisão domiciliar de Bolsonaro e avanços dos processos e manutenção de sua inelegibilidade, esse quadro deve mudar. Ainda sobre a pesquisa, quem poderia substituí-lo seria Michelle Bolsonaro ou Tarcísio de Freitas, esses são os que mais se aproximam nas intenções de voto. O certo é que a extrema direita brasileira segue buscando uma nova figura para ser o seu Messias. É de se destacar que em um cenário de segundo turno, Lula e Tarcísio de Freitas aparecem em empate técnico. Um resultado desses reforça que a insatisfação com o governo é latente, a ponto de parte da população acreditar que a alternativa seria o governador que estimula os abusos da PM, que defende os genocidas Bolsonaro e Netanyahu ao buscar outra alternativa e isso é preocupante.


O problema é que a aposta do Lula, do PT e dos movimentos sociais ao seu entorno na conciliação com os ricos e na frente amplíssima em detrimento das lutas, mantêm o terreno fértil para o retorno da extrema-direita e do bolsonarismo ao governo. Nós e outras organizações de esquerda e trabalhadores/as que encapamos o chamado ao voto no Lula no segundo turno para derrotar Bolsonaro e a extrema-direita sempre destacamos que estávamos com Lula pelo fim do teto de gastos, contra as privatizações, pela revogação das reformas trabalhista e da previdência, pela taxação das grandes fortunas, contra o racismo, machismo e LGBTfobia, pelos direitos das mulheres, pela reforma agrária e urbana, pela demarcação de terras indígenas, etc… E esse conjunto de reivindicações tem sido ora jogadas para escanteio, ora sendo atacadas pelo próprio governo.


Mesmo com a crise atual de Bolsonaro e o aumento do isolamento de seu clã, a extrema direita está se reorganizando e, com apoio internacional, se preparando para retomar o poder e instalar suas agendas de barbaridades.


Para acabar com a ameaça deles de vez e conquistar nossos direitos, precisamos de uma luta independente e pela base da classe trabalhadora e da juventude para mudar esse cenário! Nesta luta, é importante levantar quais são as nossas pautas e não ficar preso ao que o governo levanta nas suas campanhas de marketing.

Para isso defendemos:


  • Pelo fim da escala 6 por 1, redução da jornada de trabalho sem redução de salários!

  • Contra o teto de gastos, que cortam investimentos em saúde e educação públicas! Taxar grandes fortunas!

  • Vidas negras importam! Pelo fim do genocídio da juventude negra! Pela desmilitarização da polícia com controle social!

  • Pelo fim do genocídio em Gaza! Construir a luta para que Lula corte as relações econômicas, políticas, diplomáticas e militares imediatamente com Israel! Toda solidariedade e apoio ao povo Palestino!

  • Sem Anistia para os golpistas do 8 de Janeiro!

  • Fora imperialismo do Brasil e da América Latina!

  • Pelo fim do sistema capitalista! por uma democracia dos trabalhadores e povos oprimidos em uma federação socialista da América latina!

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