8M25: É necessária uma tempestade urgente de resistência feminista, antirracista e socialista
- PIMR
- Mar 8
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Updated: Mar 28

Texto do Projeto por uma Internacional Marxista Revolucionária que foi publicado no 7 de Março 2025
Fortalecendo o Dia Internacional da Mulher 2025
À medida que o Dia Internacional da Mulher se aproxima, enfrentamos um mundo onde as forças da reação misógina estão a afiando as facas.
Com Trump de volta ao poder, a administração mais abertamente sexista, racista e autoritária da história moderna dos EUA iniciou um ataque generalizado às mulheres, às pessoas LGBTQI+ (particularmente às pessoas trans), aos migrantes, às pessoas racializadas, às pessoas com deficiência e, de forma geral, a todos os oprimidos.
Isto é tanto um sintoma como um acelerador de uma extrema-direita fortalecida que está na ofensiva em muitas outras partes do mundo. O seu objetivo é reforçar o mesmo sistema podre de exploração capitalista, cujo alicerce é a divisão, a opressão, a violência, a subjugação colonial e até o genocídio.
“Proteger as mulheres” — ou controlá-las?
“O nosso país enfrenta o regresso do presidente americano mais pró-família e mais pró-vida das nossas vidas”, declarou JD Vance, vice-presidente de Trump, ao discursar na March for Life (Marcha Pela Vida), o maior evento antiaborto dos EUA, em Washington, em janeiro.
Esta retórica “pró-vida” tem como objetivo retirar às mulheres o controle sobre os seus próprios corpos e vidas, caminhando lado a lado com políticas que destroem vidas a cada passo.
Promovendo, sem vergonha, a limpeza étnica em Gaza, intensifica repressões contra a imigração destruindo famílias e deixando migrantes a morrer na fronteira, enquanto corta o financiamento da USAID, colocando em risco a vida de milhões de pessoas que vivem com HIV em África.
Ao mesmo tempo, impõe medidas econômicas que reduzem o acesso à saúde, à educação, à assistência alimentar e a serviços sociais essenciais para a classe trabalhadora — atingindo sobretudo mulheres, crianças e comunidades marginalizadas.
Trump declarou que irá “proteger as mulheres, gostem elas ou não” — uma afirmação arrepiante que expõe o cerne patriarcal e autoritário do seu governo. Isto serve apenas como pretexto para dominação e controle, recusando ver as mulheres como indivíduos autônomos, que devem determinar as suas próprias vidas.
E de quem, exatamente, Trump afirma querer proteger as mulheres? A sua própria administração está repleta de abusadores, incluindo ele próprio — homens acusados de má conduta sexual, agressão, violação e até tráfico e exploração sexual de menores.
Nas primeiras semanas do seu regresso ao poder, Trump restabeleceu a Global Gag Rule (Regra de Mordaça Global) cortando o financiamento a qualquer organização que forneça informações sobre aborto no estrangeiro.
Isto não é apenas um ataque ao acesso ao aborto — é um ataque direto à saúde reprodutiva, à contraceção e à saúde materna, colocando inúmeras vidas em risco.
Trump alimenta os trolls reacionários…
Enquanto se apresenta como defensor das mulheres, Trump usa essa linguagem para intensificar os ataques contra pessoas trans e queer. No processo, reforça papéis de gênero reacionários que relegam mulheres a um lugar subalterno na sociedade.
De forma semelhante, o governo do presidente húngaro Viktor Orbán recentemente citou a “proteção das crianças” como pretexto para proibir a marcha pública do Pride — que acontece no país há quase três décadas.
Trump e os seus aliados não só ecoam como ampliam a queerfobia da extrema-direita a nível global, dando-lhe novo fôlego e legitimidade.
Já lançaram ataques brutais aos direitos das pessoas trans: tentativas de restringir o acesso a cuidados de afirmação de género, proibições da participação de mulheres e jovens trans no esporte feminino e a efetiva criminalização das identidades trans.
Isto faz parte de uma estratégia deliberada de apagamento social e imposição de conformidade forçada.
A chamada guerra de Trump contra o “woke” não tem nada a ver com mérito. Tem a ver com aprofundar a opressão estrutural e desmantelar qualquer política que dê às pessoas comuns uma mínima hipótese de lutar.
Trata-se de usar o preconceito para virar trabalhadores uns contra os outros, enquanto os seus amigos bilionários acumulam ainda mais riqueza à custa de todos os outros.
… enquanto os trabalhadores pagam as tarifas
Quanto à crescente guerra comercial e tarifária, embora seja muitas vezes apresentada como um conflito econômico entre grandes potências, o verdadeiro peso recairá sobre milhões de pessoas da classe trabalhadora.
O aumento dos preços dos bens importados, os despedimentos e a exploração mais intensa no local de trabalho serão algumas das consequências, pois os patrões transferem os custos para os trabalhadores e suas famílias.
As mulheres estarão entre as mais afetadas, tanto como trabalhadoras — recebendo, em média, salários mais baixos e estando sobrerrepresentadas em empregos precários e mal pagos — como no papel de quem carrega a maior parte do trabalho doméstico e de cuidados não remunerado.
No entanto, estes ataques vão além de um único homem ou de uma única eleição. São o produto de uma doença mais profunda — enraizada no próprio capitalismo.
Quando o sistema entra em crise, a máscara cai, expondo e ampliando as suas tendências mais brutais, violentas, opressoras e exploradoras.
É por isso que os ataques aos direitos das mulheres, das identidades de gênero marginalizadas, à autonomia corporal e às liberdades democráticas estão se intensificando em todo o mundo.
Guerra global contra as mulheres
Não há exemplo mais nítido disto do que em Gaza, onde o genocídio levado a cabo pelo Estado israelensemassacrou dezenas de milhares de pessoas e submeteu as mulheres palestinianas a condições de sofrimento insuportáveis.
Com hospitais sistematicamente bombardeados e maternidades destruídas, mulheres grávidas foram forçadas a dar à luz nas ruas cobertas de escombros, sem qualquer assistência médica. Recém-nascidos morreram em incubadoras devido à escassez de combustível provocada pelo cerco imposto por Israel.
Os casos de abortos espontâneos e nati-mortos dispararam devido à fome, ao stress e aos ferimentos causados pelos bombardeamentos incessantes. Mulheres que procuravam comida ou água para as suas famílias arriscaram ser assassinadas por atiradores israelitas.
O próprio tecido da sociedade palestina foi despedaçado, deixando as mulheres a chorar pelos filhos assassinados, a lutar para alimentar os que ainda vivem e a tentar sobreviver num cenário onde Israel tem como alvo sistemático as infraestruturas civis.
O cessar-fogo está a colapsar diante dos nossos olhos, à medida que o regime israelense aperta ainda mais o seu cerco. Mais uma vez, bloqueou toda a ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Um número crescente de bebês estão morrendo de frio.
Enquanto Gaza sofre uma guerra genocida, os palestinos da Cisjordânia ocupada enfrentam agora uma campanha de terror crescente.
O exército israelita, de mãos dadas com os colonos, têm intensificado os ataques, invadindo casas, aterrorizando comunidades,assediando e humilhando sexualmente mulheres com total impunidade.
Esta violência de gênero não é um mero acaso — faz parte de uma estratégia mais ampla de dominação colonial, com o objetivo de quebrar a resistência de um povo inteiro.
Guerra em vez de bem-estar
A guerra não é uma anomalia — é a política por meios mais sangrentos. Não opera fora das dinâmicas políticas e sociais — é uma extensão destas através da força violenta.
A guerra e a militarização intensificam todas as características opressivas e desiguais já presentes na sociedade capitalista. O patriarcado, a misoginia, a hipermasculinidade e a cultura da violação são partes desse quadro.
A produção de armamento e as guerras imperialistas também consomem vastos recursos sociais, ao mesmo tempo que retiram fundos de setores essenciais para as mulheres.
O governo britânico de Starmer, supostamente “trabalhista”, é um exemplo disso, ao cortar a ajuda internacional e planejar cortes massivos no estado social para financiar o aumento das despesas militares.
Só esta semana, o regime chinês anunciou um aumento de 7,2% no seu orçamento de “defesa”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelou um plano de rearmamento da UE no valor de 800 mil milhões de euros — que será financiado, em parte, através do afrouxamento das mesmas regras fiscais que durante anos foram usadas para impor austeridade brutal a milhões de pessoas.
A mensagem é nítida: quando se trata de guerra e repressão, há sempre dinheiro disponível. Enquanto isso, os trabalhadores e os mais pobres são obrigados a apertar o cinto, à medida que setores como a saúde, a educação e a previdência — que empregam e beneficiam desproporcionalmente as mulheres — são esvaziados para alimentar a indústria armamentista.
A militarização aprofunda todas as formas de violência social, recaindo com mais força sobre as mulheres — seja como vítimas da austeridade, seja como alvos principais das brutalidades desencadeadas pela guerra.A guerra não é uma anomalia — é a política por meios mais sangrentos. Não opera fora das dinâmicas políticas e sociais — é uma extensão destas através da força violenta.
A guerra e a militarização intensificam todas as características opressivas e desiguais já presentes na sociedade capitalista. O patriarcado, a misoginia, a hipermasculinidade e a cultura da violação são partes desse quadro.
A produção de armamento e as guerras imperialistas também consomem vastos recursos sociais, ao mesmo tempo que retiram fundos de setores essenciais para as mulheres.
O governo britânico de Starmer, supostamente “trabalhista”, é um exemplo disso, ao cortar a ajuda internacional e planejar cortes massivos no estado social para financiar o aumento das despesas militares.
Só esta semana, o regime chinês anunciou um aumento de 7,2% no seu orçamento de “defesa”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelou um plano de rearmamento da UE no valor de 800 mil milhões de euros — que será financiado, em parte, através do afrouxamento das mesmas regras fiscais que durante anos foram usadas para impor austeridade brutal a milhões de pessoas.
A mensagem é nítida: quando se trata de guerra e repressão, há sempre dinheiro disponível. Enquanto isso, os trabalhadores e os mais pobres são obrigados a apertar o cinto, à medida que setores como a saúde, a educação e a previdência — que empregam e beneficiam desproporcionalmente as mulheres — são esvaziados para alimentar a indústria armamentista.
A militarização aprofunda todas as formas de violência social, recaindo com mais força sobre as mulheres — seja como vítimas da austeridade, seja como alvos principais das brutalidades desencadeadas pela guerra.
Violência sexual como arma de guerra
No Sudão, desde que os combates entre facções militares rivais eclodiram em abril de 2023, o país mergulhou num pesadelo de crimes de guerra, com mulheres e crianças a pagar um preço particularmente horrível.
As Nações Unidas alertaram para uma “epidemia” de violência sexual, uma vez que tanto as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares como o exército sudanês têm usado violações, raptos de mulheres e meninas e exploração sexual para aterrorizar comunidades.
As mulheres que tentam encontrar segurança enfrentam ainda mais perigos: os campos de refugiados tornaram-se locais de exploração a mais, onde comida e ajuda humanitária são frequentemente trocadas por favores sexuais.
Não é a primeira vez que as mulheres sudanesas enfrentam tamanha brutalidade. A violação foi igualmente usada como arma durante o genocídio de Darfur, no início dos anos 2000, e na repressão conjunta dos generais atualmente em guerra contra a revolução de 2019.
No entanto, as mulheres mantiveram-se na linha da frente da luta, desde a revolta em massa que derrubou Omar al-Bashir até às atuais mobilizações populares para exigir justiça e o fim da guerra.
Hoje, à medida que a guerra continua, as mulheres sudanesas continuam a resistir, organizando redes clandestinas para apoiar sobreviventes e documentar crimes — mesmo quando as mídias internacionais escolhem olhar para o lado.
Na República Democrática do Congo, a crise persistente de violência sexual como arma de guerra foi agravada pela nova ofensiva do M23 no Kivu.
Por trás deste horror está a lógica da pilhagem capitalista: a vasta riqueza mineral do Congo tem alimentado o domínio de senhores da guerra e intervenções imperialistas, transformando o país num campo lucrativo de batalha perpétua.
O impacto da guerra nas mulheres ucranianas
Enquanto a atenção internacional se foca no confronto entre Trump e Zelenskyy na Casa Branca, muito menos tem sido dito — nos últimos três anos — sobre o impacto devastador da guerra na Ucrânia sobre as mulheres.
Longe de todas as manobras políticas e diplomáticas, as mulheres ucranianas sofreram deslocamentos em massa, com milhões fugindopara outros países, onde enfrentam exploração sexual, tráfico humano e condições de trabalho precárias.
Enquanto todos os recursos disponíveis na Ucrânia foram canalizados para reforçar o setor militar, as organizações feministas e LGBTQI+ viram as suas exigências serem empurradas para a margem.
Agora que Trump considera retirar o estatuto de visto temporário a 240.000 refugiados ucranianos nos EUA, a decisão de Starmer de reduzir para metade a ajuda externa em favor do setor militar ameaça cortar drasticamente o apoio aos refugiados ucranianos no Reino Unido.
A guerra reacionária de Putin contra o género
Na Rússia, Putin proibiu tratamentos de afirmação de gênero em hospitais públicos e impôs que todos os documentos oficiais definam o gênero apenas com base no nascimento.
Ainda que o seu regime lamente a crise demográfica do país, enviou centenas de milhares de jovens para morrer ou ficar incapacitados na guerra — e, como sempre, a culpa recai sobre as mulheres.
Putin declarou abertamente que a Rússia precisa regressar à época em que era “normal” as famílias terem sete ou nove filhos. No ano passado, a Duma aprovou uma lei que proíbe a “propaganda childfree” (que promove a escolha de não ter filhos).
Tanto na Rússia como na Ucrânia, a guerra e a ocupação reforçaram papeis de gênero reacionários e levaram a um aumento da violência doméstica.
Este é um padrão observado em praticamente todas as sociedades militarizadas, onde a brutalidade extrema das frentes de batalha transborda para o espaço doméstico.
Hoje, Trump e Putin estão preparando o terreno para um “grande acordo” à custa do povo ucraniano.
Os ucranianos comuns estão percebendo que o envolvimento cínico da OTAN nunca foi motivado pela necessidade de proteger as suas vidas.
Agora, estão destinados a pagar o preço das manobras e rivalidades imperialistas — tal como muitos outros antes deles.
Nem bombas imperialistas, nem correntes fundamentalistas
Após duas décadas de ocupação liderada pelos EUA — justificada, em parte, por uma retórica vazia sobre “salvar as mulheres afegãs” — Washington foi forçada a retirar-se à medida que o seu regime fantoche corrupto se desmoronava, entregando o país de volta aos talibãs.
O resultado final foi uma rápida chegada para o regime de apartheid de gênero mais extremo do mundo.
Em agosto passado, o seu ‘Ministério para a Prevenção do Vício e Propagação da Virtude’ codificou formalmente um novo e abrangente conjunto de regras, incluindo a exigência de que as mulheres usem vestuário que cubra totalmente os seus corpos e rostos.
Elas têm que baixar a voz em público, os motoristas de veículos são instruídos a não transportar mulheres sem um tutor masculino, entre outras restrições.
Este impulso obsessivo para apagar as mulheres da sociedade chegou a absurdos como a proibição da construção de janelas em edifícios residenciais que deem para áreas usadas por mulheres. As janelas já existentes devem ser tapadas, sob o pretexto de que ver mulheres poderia “levar a atos obscenos”.
Inúmeras mulheres afegãs que antes sustentavam as suas famílias estão agora impedidas de trabalhar. As meninas foram proibidas de estudar após os doze anos de idade.
O aumento das dificuldades econômicas das famílias e o declínio da educação têm alimentado um crescimento do trabalho infantil e dos casamentos forçados num país que já tinha algumas das taxas mais altas de casamento infantil no mundo.
Mulher, Vida, Liberdade: as mulheres iranianas desafiam o regime
No Irão, apesar das promessas iniciais do Presidente Masoud Pezeshkian de pôr fim às ‘patrulhas do hijab’, as autoridades apenas expandiram a sua vigilância — incluindo o uso de drones — para reforçar o cumprimento da obrigatoriedade do véu.
Em dezembro de 2024, o Conselho dos Guardiães aprovou formalmente a ‘Lei do Hijab e Castidade’, impondo penalizações ainda mais severas para quem desafiar o código de vestuário obrigatório.
Entretanto, o regime intensificou a aplicação da pena de morte contra prisioneiras — 2024 registou o maior número de execuções de mulheres no Irão desde o início da documentação em 2008.
Isto não é coincidência. O regime teme a rebeldia das mulheres, pois sabe que pode, mais uma vez, desencadear uma revolta em massa.
Contudo, apesar da repressão contrarrevolucionária, o fogo da resistência não foi extinto.
Embora os protestos em grande escala tenham diminuído por agora, um espírito de rebelião manifesta-se diariamente de diversas formas — cada fio de cabelo descoberto, cada ato de desobediência, é um desafio à autoridade do regime.
A 15 de setembro de 2024, 34 prisioneiras políticas na prisão de Evin iniciaram uma greve de fome para assinalar os dois anos desde o levantamento ‘Mulher, Vida, Liberdade’.
Mesmo em locais concebidos para quebrar a sua vontade, as mulheres recusam-se a ser silenciadas.
Síria: novas ameaças emergem
Muitos sírios celebraram com razão a queda do regime assassino de Bashar al-Assad.
Continua a surgir evidência horrível dos crimes hediondos cometidos nas suas masmorras, incluindo a violação generalizada de prisioneiras pelos seus carcereiros, algumas das quais deram à luz ainda detidas.
No entanto, enquanto o novo regime de Hay’at Tahrir al-Sham (HTS) foi forçado, sob pressão, a oferecer garantias simbólicas sobre o respeito pelos direitos das mulheres e das minorias na “nova Síria”, a sua agenda permanece profundamente reacionária.
Relatórios recentes descrevem espaços públicos em Damasco cobertos de cartazes com a imagem de uma mulher totalmente velada, estipulando as “condições do hijab em conformidade com a Sharia”.
Já eclodiram protestos liderados por mulheres em resposta à ameaça iminente de grandes retrocessos nos seus direitos. Foi o caso quando um porta-voz do HTS afirmou que as mulheres são biologicamente incapazes de desempenhar certos papéis de liderança, como nas áreas da defesa e dos assuntos militares.
Derrubando alegações misóginas
A YPJ (Unidades de Proteção das Mulheres), a força de combate exclusivamente feminina no nordeste predominantemente curdo (Rojava), representa uma refutação direta dessa alegação misógina.
Estas mulheres não só lutaram na linha da frente contra o Daesh/ISIS, uma das forças reacionárias mais brutais da história moderna, como também desafiaram normas patriarcais profundamente enraizadas nesse processo.
A estreita relação entre os novos governantes islamitas de direita em Damasco e o governo turco, no entanto, aumenta o perigo de novas agressões militares contra Rojava.
Isto representa uma grave ameaça não apenas à autodeterminação curda, mas também às aspirações e conquistas das mulheres e minorias na região.
No entanto, nenhum domínio local pode alcançar uma libertação plena e duradoura dentro dos limites de uma ordem capitalista e imperialista hostil.
Enquanto forças reacionárias e potências regionais permanecerem numa batalha pelo domínio, os direitos dos oprimidos estarão sempre por um fio.
O único caminho para a emancipação das mulheres e para a derrota de todas as formas de opressão reside numa luta unida, multiétnica e multirreligiosa de trabalhadores e oprimidos para derrubar este sistema.
A cada dez minutos…
A guerra contra as mulheres não é apenas travada pelos ricos e poderosos que dividem e governam o mundo — está integrada em todas as relações sociais, incluindo as mais íntimas.
A violência de gênero, perpetrada esmagadoramente por homens contra mulheres e crianças, é um mecanismo que estabelece os limites do binarismo de gênero. Restringe a liberdade sexual e reprodutiva das mulheres, afetando as vidas de todas.
Pelo menos 85.000 mulheres e meninas perderam a vida para o feminicídio — homicídio baseado no gênero — apenas em 2024, de acordo com as Nações Unidas. Na maioria dos casos, os assassinos eram os homens mais próximos delas.
Em média, a cada dez minutos, uma mulher ou menina é morta pelo seu parceiro íntimo ou por familiares próximos. Estes feminicídios registados são apenas a ponta do icebergue.
Muitas mortes não são contabilizadas, e estas são apenas a forma mais extrema de um ciclo de violência contra as mulheres que impõe custos incalculáveis às suas vidas, à sua saúde e ao seu papel na sociedade.
A violência de gênero faz parte de um espectro mais amplo de técnicas de opressão, como o silenciamento e o assédio — que partilham a função de desautorizar, controlar, objetificar e desumanizar.
Esta opressão, perpetrada esmagadoramente pelas pessoas mais próximas — amantes, parceiros, pais, irmãos, colegas de trabalho, membros da comunidade — é central para o funcionamento do sistema capitalista, que nos explora e oprime a todos em diferentes graus.
O sistema depende da subjugação das mulheres
À medida que este sistema se enreda em crise após crise, as suas elites dirigentes têm um interesse material em intensificar a subjugação das mulheres.
A sua normalização, justificação e glorificação dessa subjugação — através, por exemplo, da guerra ideológica contra o “wokeismo” — tem impactos reais e sangrentos.
Isto leva ao aumento dos níveis de violência de gênero (a par de fatores interligados, como a militarização, o nacionalismo, a austeridade, a desestabilização do clima e dos ecossistemas, entre outros).
Um dos sinais mais claros desta intensificação da violência de gênero foi o aumento universal dos pedidos de ajuda aos abrigos para mulheres durante a pandemia da Covid-19 e o isolamento dentro da esfera familiar que esta impôs.
Entre as várias formas de violência de gênero, a violência sexual tem se revelado a mais prejudicial. A sua natureza profundamente íntima provoca traumas para toda a vida.
Para senhores da guerra e para homens comuns, é vista como uma arma-chave para “quebrar” as mulheres. Além disso, é extremamente comum.
Um estudo recente na Suécia, por exemplo, revelou que uma em cada quatro mulheres jovens, entre os 16 e os 29 anos, foi violada.
A nível global, a ONU informa que uma em cada três mulheres, ao longo da sua vida, relata ter sido “sujeita a violência física e/ou sexual por parte de um parceiro íntimo, violência sexual por um não-parceiro, ou ambas”.
“A vergonha tem de mudar de lado”
A violência de gênero em geral, e a violência sexual em particular, são também facilitadas por uma cultura sistemática de silêncio e invisibilidade.
A nível global, menos de 40% das mulheres falam sobre as suas experiências de violência de gênero, e apenas uma em cada dez apresenta queixa na polícia. Isto está, obviamente, intimamente ligado ao facto de que, quando o fazem, são esmagadoramente desacreditadas, envergonhadas e culpabilizadas.
Uma parte fundamental da luta feminista sempre foi lançar luz e dar palavras à realidade oculta da opressão das mulheres.
Neste 8 de março, prestamos homenagem à forma poderosa como isso foi feito em França por Gisèle Pelicot, no julgamento que condenou o seu ex-marido e outros 50 homens por a terem violado, e por tantas outras sobreviventes que se manifestaram.
“A vergonha tem de mudar de lado”, como ela repetidamente disse.
A sua postura corajosa inspirou mulheres e sobreviventes em todo o mundo e será um fator impulsionador das lutas contra a violência machista e contra todo o sistema violento que a possibilita e dela lucra.
Um planeta em chamas é uma questão feminista
A violência enfrentada pelas mulheres não está separada das crises mais amplas do nosso clima — é agravada por elas.
Entre estas crises, a intensificação da crise ambiental e climática destaca-se como mais um fator multiplicador da opressão de gênero.
À medida que milhões de pessoas são lançadas numa insegurança que ameaça a vida, são as mulheres da classe trabalhadora, as comunidades indígenas e os grupos mais marginalizados que sofrem as consequências mais severas.
Um estudo recente forneceu provas alarmantes que ligam o aumento das temperaturas a surtos de violência doméstica em todo o Sul da Ásia, sublinhando como o colapso ambiental exacerba as formas existentes de violência de gênero.
Desde secas e inundações que deslocam milhões no “Sul Global” até à destruição de comunidades inteiras por incêndios florestais e furacões nas Américas, a catástrofe climática está a aprofundar a violência e a instabilidade econômica que alimentam a opressão de gênero.
Nas regiões afetadas, as mulheres enfrentam riscos acrescidos de exploração, violência doméstica e perda de autonomia, à medida que a escassez de alimentos e água, a migração forçada e o colapso econômico as empurram para posições mais vulneráveis.
As mesmas elites dirigentes responsáveis por esta crise — as corporações de combustíveis fósseis, os monopólios agroindustriais e os Estados imperialistas que pilham o planeta — são as que atacam os direitos reprodutivos, impõem normas de gênero reacionárias e reprimem os movimentos que desafiam o seu poder.
A destruição do planeta e a opressão das mulheres estão profundamente interligadas, impulsionadas pelo mesmo sistema de exploração orientado para o lucro.
Mas, à medida que a decadência do capitalismo se acentua em todas as frentes — económica, política, social —, enquanto a organização política independente da classe trabalhadora continua indefinida, outra força avança: a extrema-direita autoritária e reacionária.
Como abutres que se alimentam da podridão, os movimentos reacionários e os regimes autoritários prosperam em momentos de crise. Armazenam o medo e o desespero para reforçar o domínio do capital e canalizar a raiva para longe do sistema e contra os próprios oprimidos.
Extrema-direita e misoginia andam de mãos dadas
Narendra Modi apresenta-se como um defensor dos direitos das mulheres hindus para alimentar o ódio contra muçulmanos, enquanto o partido espanhol Vox culpa os “assaltos, ataques com machetes ou violações” nos imigrantes do Norte de África.
Em todo o lado, a extrema-direita tenta “apropriar-se” cinicamente dos direitos das mulheres e manipular dados sobre a violência de género como meio para estigmatizar comunidades oprimidas.
Ao fazê-lo, alimentam o racismo, a xenofobia, a islamofobia, o sentimento anti-imigração e a supremacia branca.
Na realidade, estas forças não têm qualquer interesse em combater a violência de género ou melhorar a vida das mulheres.
A sua indignação seletiva desaparece quando os perpetradores são os seus próprios aliados. Políticos do BJP na Índia protegem violadores ligados a grupos nacionalistas hindus. Movimentos de extrema-direita por toda a Europa minimizam a violência doméstica e o feminicídio quando os culpados são homens brancos.
A sua agenda não visa proteger as mulheres, mas sim instrumentalizar o seu sofrimento para culpar comunidades racializadas.
Empurram políticas inerentemente anti-mulheres: destroem direitos reprodutivos, eliminam proteções para sobreviventes e reforçam o controlo patriarcal.
Crises demográficas
Especialmente no Ocidente, muitos partidos e movimentos de direita e nacionalistas, impregnados da chamada “teoria da grande substituição”, retratam a queda das taxas de natalidade como uma crise civilizacional.
Geram pânico sobre as mudanças demográficas para promover políticas simultaneamente anti-imigrantes e anti-mulheres.
As mulheres são instadas a regressar a “papéis tradicionais” para salvar a nação, enquanto os imigrantes e as pessoas racializadas são demonizados como uma ameaça à população “nativa”.
Embora disfarcem a sua retórica sob o pretexto de proteger as “nossas mulheres”, estas forças veem os corpos das mulheres como meros campos de batalha para a sua agenda de pureza racial e nacional.
No entanto, este argumento demográfico não é exclusivo da Europa ou da América do Norte, nem sequer da extrema-direita.
Como se viu na recente mudança do regime chinês para uma política “pró-natalidade”, muitos outros regimes capitalistas usam a queda das taxas de natalidade como justificação para restringir os direitos reprodutivos e promover políticas natalistas.
Enfatizam os papéis tradicionais da família e encorajam as mulheres a priorizar a maternidade.
Mesmo em Tamil Nadu, um estado no sul da Índia cujo partido governante, o DMK, historicamente se posicionou como uma força progressista na defesa da igualdade de género, o primeiro-ministro do estado apelou recentemente aos casais para “terem um filho imediatamente”.
A sua justificação? Se a alocação de assentos parlamentares for revista com base na população, o sucesso de Tamil Nadu no planeamento familiar pode levar a uma redução da sua representação — sugerindo que esse progresso deveria ser revertido.
Em outras palavras, o direito das mulheres de decidir sobre a sua própria reprodução está a ser tratado como descartável em nome dos interesses do Estado e de cálculos políticos mesquinhos.
Reação misógina
Este renovado esforço internacional para controlar as escolhas reprodutivas das mulheres faz parte de um ataque global mais amplo à autonomia feminina, onde forças reacionárias procuram reafirmar a autoridade patriarcal em todas as esferas da vida.
Logo após os ataques aos direitos ao aborto nos EUA, o direito ao divórcio tornou-se um novo alvo do chamado “movimento pelos direitos dos homens”, liderado por uma proposta apresentada em 2024 na legislatura do Oklahoma para eliminar o divórcio sem culpa.
Não há qualquer evidência de que a proibição do aborto leve a menos abortos — apenas os torna mais perigosos para as mulheres e pessoas grávidas. Tudo isto faz parte de uma ofensiva ideológica destinada a sustentar um capitalismo em decadência.
Outras armas nesta ofensiva, especialmente dirigidas aos jovens, incluem a idealização da misoginia violenta e transacional promovida por figuras como Andrew Tate, que alimenta uma cultura de extrema masculinidade e ressentimento contra as mulheres.
Ao mesmo tempo, a promoção do ideal da “esposa tradicional” procura seduzir as mulheres para a submissão e papéis de género reacionários, enquanto o OnlyFans serve como uma fachada glamorosa para a indústria do sexo.
São duas faces da mesma moeda, oferecendo fugas ilusórias da dupla exploração laboral imposta pelo sistema às mulheres da classe trabalhadora.
Divisões entre esquerda e direita
Um impacto marcante desta ofensiva misógina é o crescente fosso entre homens e mulheres no espectro político, com mais mulheres a moverem-se para a esquerda, enquanto um número significativo de homens se aproxima da direita e da extrema-direita — uma tendência particularmente clara entre as gerações mais jovens.
Nas recentes eleições na Alemanha, 34% das mulheres entre os 18 e os 24 anos votaram no Die Linke (partido de esquerda), em comparação com apenas 15% dos homens da mesma idade. Por outro lado, os votos na extrema-direita AfD e na tradicional direita CDU foram maioritariamente masculinos.
Tendências semelhantes marcaram o panorama eleitoral de 2024, um “super ano eleitoral”.
Na Coreia do Sul, onde esta polarização se expressa de forma ainda mais acentuada, as eleições recentes mostraram diferenças de 15 a 30 pontos percentuais no apoio de homens e mulheres jovens aos principais partidos políticos.
Estes retratos eleitorais ilustram como as jovens mulheres, que enfrentam múltiplas formas de opressão e exploração, têm conquistado mais confiança.
Essa confiança cresceu no trabalho, através da educação e em sucessivas ondas de lutas feministas globais, levando-as a procurar formas de resistir.
Seja sob a bandeira do nacionalismo de extrema-direita, da teocracia conservadora, da ocupação neocolonial ou até de governos supostamente “democráticos” e “progressistas”, a lógica mantém-se: as mulheres e os seus corpos são tratados como instrumentos e alvos da exploração capitalista e do controlo estatal.
Isto demonstra que o que enfrentamos não são apenas líderes reacionários ou políticas individuais, mas um sistema que constantemente procura reverter os nossos direitos e dividir a nossa classe.
Resistência
Mas as mulheres, as pessoas queer, os trabalhadores e os oprimidos não são meras vítimas.
Na Coreia do Sul, o ex-presidente Yoon Suk Yeol, um cruzado assumidamente antifeminista, foi destituído e suspenso do cargo devido à pressão de um movimento de protesto em massa, incluindo uma greve geral, desencadeado pela sua tentativa fracassada de impor a lei marcial.
As análises mostram que as mulheres jovens, entre os 10 e os 30 anos, foram o maior grupo demográfico e a força motriz desse movimento.
Como disse uma manifestante: “Muitas mulheres, incluindo eu, esperaram por um momento como este durante muito tempo, porque estávamos fartas de todo o ódio contra nós nestes últimos dois anos.”
Em julho e agosto do ano passado, a revolta que derrubou a ditadura de Hasina no Bangladesh contou, no seu auge, com a maior participação feminina em protestos de rua na história do país.
Na Turquia, o feminicídio de duas jovens num intervalo de apenas 30 minutos, na capital Istambul, desencadeou protestos em todo o país no outono passado.
“Parem de matar mulheres” tem sido o grito de guerra de milhares de manifestantes que, desde o início do ano passado, saíram às ruas no Quénia contra uma série de brutais assassinatos de mulheres.
Na Austrália e nos EUA, milhares participaram em manifestações para demonstrar solidariedade com jovens transgénero após a imposição de novas leis que restringem os cuidados de saúde afirmativos de género para menores trans.
Na Alemanha, em preparação para as eleições federais, eclodiram protestos em massa contra a extrema-direita AfD — um partido que se opõe ao aborto, nega a desigualdade salarial de género e pretende restaurar “papéis tradicionais” para as mulheres.
Todas as lutas estão interligadas
Na América Latina, mulheres de comunidades indígenas estão na linha da frente na proteção da floresta amazónica e da rica biodiversidade da região contra diversas ameaças ambientais.
No Salvador, ativistas ambientais mulheres lideram uma renovada resistência contra a recente revogação da proibição da mineração de metais, devido ao impacto devastador nas águas dos rios locais.
Enquanto isso, em Kerala, na Índia, dezenas de milhares de trabalhadoras ASHA (Ativistas Sociais de Saúde Acreditadas) estão em greve há quase um mês, exigindo salários dignos, direitos de pensão e segurança no emprego. Elas enfrentam até insultos e comentários misóginos por parte de dirigentes sindicais machistas que ignoram a sua luta.
Embora este possa parecer um caso extremo, serve como um lembrete claro de que os sindicatos devem fazer muito mais para apoiar ativamente as lutas das secções mais oprimidas da classe trabalhadora.
Um movimento sindical que não desafia o sexismo, o casteísmo, o racismo e outras formas de opressão dentro das suas próprias fileiras — ou que negligencia a organização das partes mais vulneráveis da nossa classe — enfraquece-se e mina a unidade da classe trabalhadora.
A luta por reivindicações económicas e a luta contra a opressão não são separadas — são uma só e a mesma.
No fim de contas, os ataques que enfrentamos têm todos a mesma raiz fundamental: um sistema capitalista que precisa e depende da opressão para manter o seu domínio.
O direito ao aborto, a autonomia corporal, a segurança contra a violência de género, a segurança económica e a liberdade da guerra simplesmente não podem ser garantidos dentro deste sistema, que se apoia em estruturas patriarcais, hierarquias raciais e violência imperialista para se sustentar.
Um feminismo enraizado na classe trabalhadora
Um feminismo que se limita a exigir uma representação mais justa no topo, que não combate o imperialismo e a guerra, e que não transforma a realidade da exploração para a maioria das mulheres, será sempre um feminismo que deixa a maior parte para trás.
O que precisamos é de um feminismo socialista e revolucionário global, que compreenda que a libertação das mulheres é inseparável da libertação de toda a classe trabalhadora e dos oprimidos.
Mas um movimento que apenas combate ameaças externas, enquanto ignora, minimiza ou desculpa a opressão dentro da sua própria classe ou organização, nunca será capaz de liderar a luta pela libertação das mulheres e das pessoas queer.
Muitas vezes, até a própria esquerda tem falhado em levar a sério a luta contra a opressão de género e a violência, com algumas organizações a chegarem ao ponto de proteger abusadores.
Isto não é uma questão secundária — é fundamental para o tipo de movimento que queremos construir.
Rompemos com a nossa antiga organização internacional, a ISA, precisamente porque recusámos fazer parte de uma esquerda que tolera essas traições, usa o “feminismo socialista” como mero slogan sem o aplicar na prática do dia-a-dia e que prioriza a sua própria reputação em detrimento da segurança das mulheres e das pessoas oprimidas.
O movimento da classe trabalhadora e a esquerda não podem apenas desafiar a misoginia da classe dominante; têm de erradicar todas as formas de opressão em todo o lado — incluindo, crucialmente, dentro das suas próprias organizações.
Um apelo à ação revolucionária
O Dia Internacional da Mulher deve ser um grito de mobilização, não só para resistir à atual vaga de ataques, mas para construir uma alternativa revolucionária forte e com princípios.
A nossa luta não é apenas pela ‘sobrevivência’, mas por um futuro onde nenhuma mulher ou pessoa oprimida tenha de viver com medo.
Não podemos lutar apenas para defender direitos ameaçados ou recuperar direitos perdidos; precisamos de romper com um sistema que nunca foi concebido para os garantir.
Isto significa organizar-nos nos nossos locais de trabalho, nas nossas comunidades e nas ruas — reagindo a cada novo ataque, mas também construindo as forças capazes de derrubar este sistema apodrecido por completo.
Significa ligar a luta pela libertação de género à luta pelo poder da classe trabalhadora, à luta contra o racismo, o colonialismo e o imperialismo — e em busca de um mundo socialista.
Um mundo onde as nossas vidas já não sejam ditadas pelos lucros de uma pequena elite dominante, que recorre a métodos cada vez mais brutais, opressivos e reacionários para impor a sua dominação sobre o resto do planeta.
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